sexta-feira, 19 de abril de 2013

DE ONDE VÊM OS NOMES DAS NOTAS MUSICAIS



Nos países latinos e eslavos, a denominação das notas musicais deve-se ao monge italiano Guido D’Arezzo, que viveu no século XI. 

                     

Ele nomeou a escala ao se inspirar num hino a São João Batista, composto por outro monge, Paolo Diacono, três séculos antes. (Veja os versos abaixo.)

Em seus tratados, ele idealizou um sistema para recordar os tons das sete notas. Para isso, usou as sílabas iniciais de cada verso do Hino a São João Batista: Ut queant laxis/Resonare fibris/Mira gestorum/Famuli tuorum/Solve polluit/Labii reatum/Sancti Ionnis. Assim surgiram ut, ré, mi, fá, sol, lá – e o si, formado pelas iniciais do nome do santo. 


                           (Ut), Re, Mi, Fa, Sol, La e S. 

Ele adaptou, juntando as primeiras duas letras de Sancte e Iohannes. Cinco séculos depois, incomodado com o som da primeira sílaba, o músico Giovanni Maria Bononcini incrementou uma mudança. Excluiu o Ut e trocou pelo Do, de Dominus (Senhor). E, com essa benção celestial, sacramentou a nomenclatura das notas musicais.

No entanto, em alguns países, como a França, por exemplo, a primeira nota da escala continua sendo chama de ut. 


                Vamos ler mais uma vez:


"Ut queant laxis... 
resonare fibris...  
mira gestorum... 
famuli tuorum... 
solve polluti... 
labii reatum... 
Sancte Iohannes."


                                    Tradução:

Purificai bem aventurado João, os nossos lábios polutos, para podermos cantar dignamente as maravilhas que o Senhor realizou em ti.
Dos altos céus vem um mensageiro a anunciar a teu Pai, que serias um varão insigne e a glória que terias.

                                  Letra e música
Desde a Antiguidade, o padrão era usar letras para as notas. (O nosso sistema que é exceção, aliás. Começou com a loucura do monge e se espalhou principalmente para os países latinos.) 

Os nomes usados para designar as notas musicais tiveram origem nas letras dos diferentes alfabetos, como ainda hoje se usa nos países anglo-saxões,as notas são representadas por letras: C, D, E, F, G, A e B (ou H) onde o A corresponde ao lá, o B ao si, o C ao dó, o D ao ré, o E ao mi, o F ao fá e o G ao sol.

  Essa é uma das designações mais antigas, que nós usamos também em cifras. Mas o alfabeto grego arcaico, por exemplo, também já foi usado.

Fontes Curso Completo de Teoria Musical e Solfejo, de Belmira Cardoso e Mário Mascarenhas; Enciclopédia Britânica; Barsa.







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