domingo, 26 de outubro de 2014

PARLENDA: HOJE É SÁBADO!


Minha irmã Karine me deu uma outra versão da letra da parlenda: Hoje é domingo, sendo que essa é: HOJE É SÁBADO! Ela aprendeu com nossas avós.

     
    
                       HOJE É SÁBADO
                                         parlenda


    HOJE É SÁBADO
                                     
              PÉ DE QUIABO

                    AMANHÃ É DOMINGO

                             PEDE CACHIMBO
                                                                                  
                                   O  CACHIMBO É DE OURO

                                   BATEU NO BESOURO

                            O BESOURO É VALENTE

                   BATEU NO TENENTE

        O TENENTE É BUFÃO TIBUF NO CHÃO!!




sexta-feira, 24 de outubro de 2014

PARLENDA: HOJE É DOMINGO...

Quando eu era criança minha avó materna e minha mãe recitavam essa parlenda comigo e meus irmãos:

Hoje É Domingo 

Parlenda

Hoje é domingo
Pede cachimbo
O cachimbo é de barro
Bate no jarro
O jarro é ouro
Bate no touro
O touro é valente
Bate na gente
A gente é fraco
Cai no buraco
O buraco é fundo
Acabou-se o mundo

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Salvador, 01 de outubro de 2014

EDUCAR, AVALIAR E MELHORAR

                                                                       Cláudia Cavalcante Fonseca 

Uma análise feita a partir do texto de jean-Marie De Ketel : Observar para educar.
Observação e avaliação na prática educativa.
Editora Visor - Madrid, 1984

A beleza da aula acontece através de vários itens, mas principalmente por meio da criatividade e capacidade que o professor tem de orientar fazendo com que os alunos desejem, com fervor, retornar à sala de aula. 
Durante muito tempo, a avaliação foi usada como ferramenta para classificar e rotular os alunos entre os bons, os que dão trabalho e os que não têm jeito. Felizmente isso ficou pra trás e, nos tempos atuais, a avaliação é vista como uma das mais importantes tarefas exercida pelo docente priorizando o avanço do aluno. A avaliação através da aquisição de novas capacidades é um canal seguro e humano que faz com que o professor conheça melhor cada situação de vida do seu aluno e se coloque como parceiro nessa trajetória de busca de saberes.
A avaliação sempre esteve relacionada com o poder porque oferece ao professor um controle total de sua classe despertando medo e ansiedade. Isso vem sendo modificado e o "fracasso dos alunos deixa de ser encarado como uma deficiência e se torna um grande desafio para o professor.
Educar, avaliar e observar são verbos importantes que encontramos no primeiro capítulo de Ketele e não: depositar,questionar de forma ríspida e oprimir.
Há exatamente 13 anos trabalho em escola pública estadual e dentro desse período: cinco anos com a EJA: Educação de jovens e adultos, na disciplina: Artes, primeiro no Colégio Estadual Abdias Menezes, e a dois anos no CENEB: Centro de estudos noturnos da Bahia. A EJA é uma modalidade de ensino que oferta ensino fundamental e médio para atendimento a jovens, adultos e idosos através de cursos, programas e exames. O objetivo da EJA é oferecer oportunidades de escolarização que aliem a educação básica em nível médio à educação profissional, com desenvolvimento de competências e habilidades que propiciem a formação integral do aluno como cidadão e profissional para jovens com 18 anos completos na data da matrícula (não há limite máximo) para adultos e idosos que já tenham concluído o ensino fundamental.  
As classes da EJA são compostas de alunos de faixa etária, desde os 18 até mais de 80 anos, são classes com pessoas de comportamento exemplar, que prestam atenção às aulas, que não faltam, muitas vezes chegam atrasadas no primeiro horário por diversas razões: trânsito, trabalho, dificuldades com o transporte coletivo ou questões pessoais. Apesar disso, oitenta por cento do grupo não gosta muito de estudar, de fazer trabalhos, de serem instigados a falar sobre algo, são pessoas que chegam cansadas. As aulas começam às 19h. O primeiro horário: 19h às 19h30, segundo horário vai de 19h30 às 20h, terceiro: 20h as 20h30, tendo um intervalo das 20h30 às 20h50 que nunca acontece dessa forma. A escola é grande e até recolhermos nossos pertences e chegarmos a sala dos professores vai muito mais minutos e quando chegamos lá, temos uma janta muito deliciosa! (sem ironia, é gostosa mesmo!! Os professores lá estão todos gordinhos!! Incluindo eu!).  Até todos os quase 60 professores pegarem a fila, se servirem, jantarem e colocarem a conversa em dia já se foi parte da quarta aula. Tenho uma colega que sempre nos chama para o quarto horário, bem: COLEGAS!! VAMOS, VAMOS! NOSSOS ALUNOS ESTÃO SEDENTOS PELO SABER!!! E todos nós caímos na risada, infelizmente, duvidando de tal afirmação.
Segundo Jean- Marie De Ketele, a rotina é um mal que pode gangrenar o sistema educativo, leva a fazer perder de vista os lugares que queremos chegar, o rumo não se mantém, podemos ir a deriva e a mercê de qualquer vento.
Você poderia falar: Então vá para o quarto horário, no horário correto, faça a sua parte!! Já fiz isso várias vezes e não há alunos porque eles também estão jantando, muitos não comeram o dia inteiro e só vão pra escola por causa desse bendito momento de alegria que, para muitos, é o sustento da noite e até do dia vindouro. Chegando ao quarto horário temos vinte minutos e quando passamos de uma sala para outra para o último horário às vezes encontramos três, quatro estudantes ou até mesmo a sala vazia.
Sempre solicito que as aulas sejam geminadas, mas é muito difícil para a direção escolar atender e programar a vida de tantos docentes deixando agradável para todos.Tenho sete turmas, para cada dois horários de trinta minutos com cada uma, semanalmente e já que me vi com um horário condensado e com grupos que não  fazem home work, tive que elaborar estratégias que os fizessem interagir mais nas aulas. Comecei a planejar as atividades de maneira que pudessem ter certo retorno por parte deles e a avaliação começou a fazer sentido. Não importava qual era o conteúdo, se literatura de Cordel, semana de arte moderna ou música na renascença  mas que o aluno se importasse e se transportasse para o que estava sendo discutido, se envolvendo, que naqueles poucos minutos que tínhamos mesmo que não terminasse ali e ficasse para fechar nas outras aulas o importante era vê-los indagar e falar dos seus pensamentos não importando quais eram. Mudei minha forma de trabalhar lançando pequenas frases e não textos imensos que não iam ser atrativos e valorosos, passei a usar jogos, menos quadro branco, ao invés de filmes demorados, pequenos vídeos que pudéssemos comentar e tirar dali elementos de utilidade prática e mental para a vida deles. Os poucos minutos de aula se transformaram em horas. Passei a conhecer mais a classe, a entender como chegar até eles e o que realmente os interessava, a parceria se firmou, houve uma troca significativa de saberes e a forma de avaliá-los ficou muito mais clara e agradável para mim.
Para Ketele, avaliar é uma tarefa muito difícil e temos uma tendência de acharmos que somos bons observadores e avaliadores, mas se analisarmos os processos de observação e avaliação saberemos que sempre devemos desconfiar destas impressões.
Então, concluímos que, mesmo se pensarmos que estamos tendo sucesso nas nossas estratégias em todas as áreas com as nossas classes, desconfiemos! Isso nos colocará em alerta e essa atitude fará com que dentro de nós viva um ser que aspirará sempre pelo evoluir, desconstruir, questionar, se importar, observando os verbos: Educar, avaliar e melhorar.


Análise solicitada pela prof. Cristina Tourinho.
CLASSE DE AVALIAÇÃO, MENSURAÇÃO E ORIENTAÇÃO EM EDUCAÇÃO MUSICAL
PÓS GRADUAÇÃO - Mestrado em Educação Musical - UFBA